A pobre Liza, de Nikolai Karamzin
É preciso não desvelar o Eros por inteiro.
Por
“[...] quem conhece seu próprio coração, quem tem refletido acerca da qualidade dos seus maiores prazeres, concordará certamente comigo que a saciação de todos os desejos é a mais perigosa armadilha das tentações do amor”.
Assim alerta o narrador que dá voz à história de Nikolai Karamzin.
Escrito em 1792 o pequeno conto russo nos apresenta características do romance romântico ainda que escrito antes mesmo da corrente literária ser classificada como tal. Na história de Lisa (ou Liza em algumas traduções) acompanhamos a breve saga de uma jovem camponesa que descobre o amor e tão logo a desilusão.
Lisa era uma jovem de 17 anos que morava no campo com sua idosa mãe. Tendo perdido o pai há dois anos, Lisa e sua mãe necessitaram aderir a uma vida humilde – a jovem trabalhava arduamente para suprir aquilo que era proporcionado pelo trabalho de seu pai, mas ainda assim as necessidades se faziam presentes. A mãe já com idade avançada não podia ajudar nas tarefas, mas estava sempre a exaltar a dedicação bondosa de sua filha. Como forma de conseguir um pouco mais de renda, Lisa passa a ir vender as flores do campo na cidade – todos adoravam as belas flores que a doce jovem trazia colhidas diariamente, e numa destas ocasiões Lisa conhece aquele que tiraria a paz que até ali lhe aprazia – Erast, um rapaz bem apessoado se encanta pela vendedora de flores e passa a visitá-la e cortejá-la. Os dias de Lisa agora estavam entregues àquele amor que tanto amava sentir, ela vivia e esperava por cada volta de Erast e todas as coisas na vida agora só faziam sentido por causa daquele amor.
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